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Alfredo Magalhães (1894-1959) Em 1920 foi enviado para França pelo Ministério da Marinha, a fim de participar numa expedição científica do navio Perche e desse modo aperfeiçoar os seus conhecimentos e técnicas sobre trabalhos oceanográficos. Regressado a Portugal, deu início aos seus estudos biológicos sobre a sardinha, tendo sido nomeado delegado nacional junto do Conselho Internacional para o Estudo do Mar (CIEM). Em 1924 foi nomeado naturalista director do Aquário Vasco da Gama e da Estação de Biologia Marítima de Lisboa, substituindo no cargo o Professor Celestino da Costa. Foi então encarregado da preparação e equipamento do navio oceanográfico "Albacora", mandado construir pela Marinha na Noruega. Com este navio realizou diversas viagens oceanográficas, em cooperação com diversas instituições nacionais e estrangeiras. Quando, em 1951, a Estação se separou do Aquário Vasco da Gama e se transformou em Instituto de Biologia Marítima, Magalhães Ramalho tornou-se o seu primeiro director.
Membro da Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais desde 1915, foi admitido como membro correspondente da Zoological Society of London em 1933 e nomeado vogal naturalista da Comissão Central de Pescarias. Tornou-se sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa em 1938 e em 1943 passou a ser sócio da Linnean Society of London. Aposentou-se em Julho de 1957, depois de 39 anos de trabalho científico no campo da Oceanografia e da Biologia Marinha. Morreu a 6 de Novembro de 1959 em Lisboa. Actividade científica Participou na actividade desenvolvida nos anos 40 pela Estação de Biologia Marítima de Lisboa, nomeadamente com a publicação de catálogos de várias colecções oceanográficas nacionais, estudos sobre o plâncton, a sardinha, o atum, a amêijoa do Algarve, entre outros. Em 1943 traduziu a obra de E. S. Russell, O problema da sobrepesca, que introduziu em Portugal a análise da questão relativa à gestão dos recursos piscatórios. Desde a fundação da Estação, e posteriormente com a sua transformação em Instituto, que sempre se empenhou no seu apetrechamento e pelo desenvolvimento da sua autonomia no trabalho de investigação que devia realizar. Entre 1925 e 1940, período de actividade do "Albacora", participou em diversas expedições científicas para estudo sistemático das condições físico-químicas e dos aspectos biológicos das nossas águas costeiras e em trabalhos de estudo da circulação oceânica no estreito de Gibraltar e da água mediterrânica escoada para o Atlântico (1927-1929). Foi pioneiro na abordagem científica dos problemas das pescas em Portugal, nomeadamente no estudo das flutuações dos populações da sardinha, espécie sobre a qual realizou estudos biométricos e biológicos, tendo introduzido, em 1947, a análise estatística em larga escala das populações, das sua constituição e flutuações. Realizou estudos sobre a variação da produtividade da pesca de arrasto na plataforma continental de Portugal e na costa da Mauritânia, através da análise estatística do tempo de esforço de pesca e da quantidade do pescado registado pelos arrastões entrte 1938 e 1955, tendo concluído pela existência de sinais de sobrepesca. Quando em 1940 se procedeu ao desarmamento do "Albacora" tinham sido efectuadas 1400 missões oceanográficas em cruzeiros sempre organizados e dirigidos por Magalhães Ramalho com a colaboração, no mar e em terra, nas rotinas de laboratório e elaboração de dados, dos seus comandantes e dos assistentes e preparadores da Estação. Nestes trabalhos teve, entre 1926 e 1934, a colaboração fundamental do comandante do Alabacora Luciano Sena Dentinho.
Crise da pesca da sardinha, Lisboa, Soc. Ind. de Tipografia, 1945, [Sep. Bol. Pesca, 5].
CANDEIAS, Alberto, Doutor Alfredo Ramalho - Esboço Biográfico, Instituto de Biologia Marítima, Lisboa, 1960 Apontadores Evocação a Alfredo Magalhães Ramalho |
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