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Para ilustrar esta faceta de Pessanha, transcrevemos um trecho de uma carta que lhe foi dirigida por Fernando Pessoa, pedindo-lhe colaboração para o nº 3 do “Orpheu”:
“Há anos que os poemas de V.Exa. são muito conhecidos, e invariavelmente admirados, por toda Lisboa. É para lamentar e todos lamentam que eles não estejam, pelo menos em parte, publicados.
(...) é porque muito admiro esses poemas, e porque muito lamento o seu carácter de inéditos (quando, aliás, correm, estropiados, de boca a boca nos cafés), em que ouso endereçar a V. Exa. esta carta, com o pedido que contém.”
Também numa carta dirigida a um amigo, Wenceslau de Moraes escreve o seguinte:
“O Pessanha a que te referes, é na minha opinião muito privada um homem de uma inteligência agudíssima, uma individualidade literária intensamente creativa, possuindo ainda uma memória deslumbrante. Poderia sobressair a todos esses literatos de fundo de escada que abundam em Lisboa.” |
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