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Vemos toda a nossa história passar efectivamente diante de nós, ao olharmos para as listas antroponímicas: os barões medievais com os seus solares (uso da partícula de), a vaidade da sua prosápia (apego aos patronímicos); a nobreza, que lhe sucede, não menos orgulhosa de encadeamento de apelidos geográficos, e de outros tidos como raros e sonoros. Os descobrimentos trazem-nos directa ou indirectamente Brasil, Ceita ou Ceuta, Índio, Samorim, Ternate. Quando encontramos as alcunhas ou alcunhas-apelidos de Espadeiro, Meleiro, Monteiro, evocamos indústrias ou cargos hoje extintos, mas que desempenharam certo papel na antiga sociedade portuguesa. É tal a intimidade entre o gosto do nome e as circunstâncias políticas da nação, que nos tempos da guerra da Liberdade se escolhiam os nomes Pedro ou Miguel, consoante a paixão política das respectivas famílias; e a mesma intimidade continua a revelar-se hoje no regime democrático.
José Leite de Vasconcellos
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Genealogia do 3º Conde da Feira D. Manuel Pereira
António de Holanda e João Menelau, iluminadores cerca de 1534
Manuscrito, pergaminho, iluminado,
[7] fl., 463×337×10mm
IAN/TT, C.F. 202
foto: José António Silva
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3.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa, apud
«A família de Cátia Vanessa é portuguesa concerteza», Expresso, 29-1-1994.
Júlio DIÉGUEZ GONZÁLEZ, O Patronímico na Onomástica Pessoal dos Documentos Notariais Galegos e Portugueses da Baixa Idade Média (1250-1500), Vol. I. Universidade de Santiago de Compostela, Faculdade de Filologia, 2000.
Naidea Nunes NUNES e Dieter KREMER, Antroponímia Primitiva da Madeira e Repertório Onomástico Histórico da Madeira (séculos XV e XVI). Tübingen, Niemeyer, 1999.
José Leite de VASCONCELLOS, Antroponimia Portuguesa. Tratado comparativo da origem, significação, classificação, e vida do conjunto dos nomes proprios, sobrenomes o apelidos usados por nós desde a Idade Média até hoje. Lisboa, Imprensa Nacional, 1928.
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